quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O que não vemos

O essencial é invisível aos olhos” Antoine de Saint-Exupéry.


Se ficarmos só no essencial,deixaremos de buscar o que é incrível.Em um mundo de vaidades, não ver tudo que se passa ao nosso redor,pode nos afastar do excesso de informações, das maldades e tudo que é ofensivo. Mas se pararmos para pensar naqueles que não podem ver por exemplo : o azul do céu, o movimento das ondas no mar, que a água não tem cor. As árvores tem folhas verdes mas mudam de cor a cada outono.E muitos nunca entenderão isso. Com um pouco de reflexão vamos notar o quão egoísta somos diante de tudo que a vida nos oferece.
É tão fácil enxergar apenas aquilo que queremos, e deixar de lado tudo o que não nos agrada. Somos tomados por decisões em função de nossos sofrimentos, angústias e medos. E nosso instinto defensivo nos afasta de momentos como apreciar: a natureza, uma leitura mais refinada, uma arte de rua, um bate papo com amigos, de uma imersão na vida.
A culpa de nossos fracassos e angústias não está naquilo que vemos, e sim naquilo que deixamos de ver. Ir além do essencial é algo que nos força para melhor. Aprofundar mais e ir além das aparências. 
Comer um bolo de chocolate decorado com morangos vermelhos é uma experiência incrível. Vemos o bolo pronto, mas não o seu preparo. A dedicação de uma pessoa, que muitas vezes não come daquilo que produz, mas sente-se plena em poder oferecer ao seu próximo o fruto do seu trabalho.
Procuramos a independência, os nosso direitos, e nos esquecemos de fazer a nossa parte, e cumprir com as obrigações.Estas criadas por nós mesmos.
Admirar a beleza não é pecado. Deixar de ver a beleza nas coisas é um erro. E a beleza não consiste apenas em padrões, em aparência física. E simplesmente demonstrar que estamos vendo algo, não nos torna melhor que ninguém.Ver não é só olhar, curtir uma foto na postagem do amigo. É ir além, é perceber. É silenciar se necessário for. Quantas vezes olhamos uma postagem que achamos interessante, mas não curtimos, não comentamos, por medo do que os outros vão pensar a nosso respeito. Você pode ter achado incrível, mas se controla e é indiferente.
Enxergamos tudo e não vemos muita coisa. Não é preciso ter opinião sobre tudo. É mais interessante ter uma opinião rica a respeito daquilo que te motiva. Saber enxergar o outro, também é um ato mais nobre do que falar o que acha que sabe a respeito do outro.Se todos soubessem como é a visão de um animal. Uma cobra por exemplo, enxerga através dos movimentos. Com certeza você já esteve diante de uma e acreditou que ela o observava com os olhos. As moscas e os peixes enxergam com uma qualidade bem inferior a humana. E assim vai. Nós humanos, enxergamos. Mas nem todos podem ver. Seja por deficiência visual, ou por falta de observar o mundo a nossa volta.
Estamos acostumados a tantas mentiras que parecem verdade, e que são repetidas inúmeras vezes em nossas vidas. O desafio é ver além das barreiras, das fronteiras físicas e imaginárias. As barreiras de nossa própria mente, daquilo que não faz sentido, mas que insiste em continuar.
Ver é ser livre! É buscar o incrível de forma simples. Ser grato pelo que se pode ver com os olhos. E mais grato ainda por aquilo que vemos ao ir além.